terça-feira, 25 de novembro de 2014


O corpo humano vai além do organismo. Transcende a biologia e as patologias que insistem em nos colocar em caixas rotuladas de doenças que marcam e não curam.
Ultrapassa qualquer ação medicamentosa quando se esquece de que o corpo, é consciente e inconsciente, que tem muita história, alegrias no topo e tristezas tão lá no chão ao ponto de sentimentos e emoções simplesmente darem uma volta nessas químicas criadas em laboratórios para fazer o ser humano acreditar que o corpo é ...só um funcionamento fisiológico.
É necessário um outro suporte, uma outra sustentação, é preciso mais atenção e muita, muita conversa. A cada dia, o corpo precisa ser ouvido de uma maneira mais sensível pois o corpo grita em alto e bom som dores que muitas vezes são simplesmente indizíveis. O corpo ouve, e o corpo também fala.
O corpo é defesa, é lamento, é grito de socorro e ele se joga em dores e prantos quando se sente confiante para isso. O corpo potencializa o que já não estava bom, e melhora o que está ruim quando tem a possibilidade de se entregar como um apelo pedindo um alivio para o seu sofrimento.
O corpo é manifestação em poros, olhos, pele, peito, aceleramento do coração e fraqueza quando não se ajeita. É a soma e a gravidade do que sentimos e do respirar aliviado em busca de paz. Se revela em cada andar da vida, em todo caminho sentindo na pele a ferro e fogo.
É mente e não mente, entra em guerra se debate até se acalentar, se desfaz, até ser suportável, simplesmente ser ele, corpo e vida.

Me defendo o tempo todo do mundo
porque fui obrigada a aprender a me defender

ou eu matava ou eu morria!

Sobrevivi!
Cansei de morar em mim
Vou me mudar

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Dos Motivos

Mesmo quando eu não enxergo
Eu sei que tá lá

O motivo que nos move
Que motiva o amor
Motiva o perdão
Transforma em ardor

Vontade é motivo dentro da gente
Calmaria em nossa impaciência
Motivo cais, fortaleza e causa
Fundamento pra explicação

corpo coesão
Atiçador
Um tanto de tesão
Motivo inspirador

Move, possui a alma
Nos leva, e(leva_ a inverter
É coragem objetiva, concreta
Não nos deixa parados

Motivo é justificativa em nosso pretexto
É saída
Quando estamos invertidos
é nossa ação
Comportamento, encantamento

sentimento sem razão

Nos da corpo
Mente, caminho
Sendo gente criamos sempre um motivo

É motivo pra mentir
Motivo pra se entregar
Pra ser consistente
Pra elevar a mente

Pra ficar sozinho
pra se sentir vivo
pra transpirar na luta
motivo pra nossa conduta

A gente pari
A gente parti
Pra tentar entender
Onde é que estamos
E esse tal motivo pra viver

motivo move montanha
é musica pequena
é choro no colo da mãe

cativo, o motivo é de briga
compassivo motivo dá a batida
produtivo o motivo nos enquadra

Qualquer dor é de motivo
nos faz sentir vivos
é paulada
é pedrada
é origem é causa
na cara

motivo nos tira, cega
intriga, nos deixa cair
dá vazio se não existe
e a gente respira, reprime
pra não sucumbir

não nos deixa adoecer
não permite apodrecer
ele é você e não adiantar subverter

nem sempre é decisivo
motivo é incentivo
é sugestivo

não estamos a toa amigo
há sempre um motivo
há sempre tantos motivos


aqui dentro de nós!


Entre idas e vidas
Entre partidas e vindas
Nosso respiro de amor se faz coragem
compromisso
Aliança do coração ...

e simbologia entre os detalhes do peito e dos dedos
Todo dia temos a opção de ser gente
E a gente perde tempo
Pensando como poderíamos ser a gente se fossemos melhores ou piores que a outra gente
A gente perde momento, minuto
pensando no outro e esquece de viver singelamente ...

Esquece de ser simples
Mente
E gente

domingo, 12 de outubro de 2014



Se acaso morrer de câncer
Causado pelos meus cigarros
Aviso!
Já selei o cadeado
Não precisa mais voltar
Meus pensamentos em fusão com o coração
Transitam em outra direção

Me anseio pela folha em branco

Alvejada de ilusões meus dedos correm sobre as teclas

E é só respirar um poucos mais fundo e me ouvir dizendo:

“ei! O mundo não acaba essa noite” 


Ansiosa por natureza

Recuso-me a aceitar os atrasos

Mas desculpe, ser pontual nunca foi o meu forte


Falta a calma

Falta navegar numa dimensão que não me agrada

Falta-me os pés no chão

E ainda assim, não mudo


Permaneço em mim

Entre tapas e saídas

Dessas repentinas

sem aviso

Sem conversa

Sem pressa


De amar logo!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014



Se não me faz sua parte
Me faz em partes


Parto todo dia pra ficar
E mesmo partida
Fico de teimosa
Porque o coração não me deixa dividir

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Admiro aqueles que não possuem pudor
Que não se preocupam em ser adequados
Tão pouco ficam presos ao que lhes é imposto
Eles sim são felizes...
Tiram os sapatos
Expõem suas unhas mal feitas
Colocam ao sol
Suas carecas e cabeleiras
Sentem cada poema como o amor esperado por toda eternidade
Despertam idealizações e as tornam concretude em linhas antes sem vida
Olham para si o que lhes agrada
Rasgam o que não suportam em seus quartos sozinhos
E mais uma vez expõem o peito em letras cursivas
Retas ou não
Deixam que a vida os leve
ainda assim parecem mais organizados do que eu
E certamente farão com que sua passagem nesta dimensão não seja a passos curtos
Não passarão sentados na cama pensando em como seria diferente se tivessem feito
Terão feito
Terão criado movimentos
E terminarão suas vidas sentados num bar, entre amigos, tomando aquele primeiro gole de cerveja num dia bem quente
Num baquete de prosas
Lembrarão suas rosas, espinhos e quem se foi
terão riscado berais
terão colocado cores nos muros
tocado um acorde
andando de moto
e estreado num palco
Passarão passarinho
De fininho, mas causando fogos de artificio em solos musicais
Em invernos infernais
e calores descomunais
não me incluo nisso ai
não faço jus ao que é existir
eu passarei
eles, passarinho.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pode ir
Pode rir
Vá com suas bombas, más mulheres e status
Não quero que nada fiquei, nenhum rastro
Nenhuma blusa
Quero que você se arrependa de cada frase e meia volta que deu
Quero que Deus te faça ajoelhar em meus pés
E pedir desculpas com algumas lágrimas de amor
E sem pudor
Grite ao mundo que me ama
Que sou sua dama
Que sou sua chama
Que te chamo

No fundo
Assim como qualquer animal sanciente
Eu só quero ser amada
E que de desejos alvejada

Você vai
Meu travesseiro fica
E um singelo cheiro de perfume
Na sua blusa favorita por mim
Usada em ódios dos meus dias frios

Não obstante, a invasão vira confusão
Perde-se o tato
o controle
queremos o trono
estou com a razão

e no meio desse furacão
eu descarrego em meus versos
e com nada resolvido
vamos dormir sozinhos
eu e você!


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Se tivesse meu próprio dicionário, timidez seria um ruborescer de pudor.

Parafraseando o Nivaldo Brito Dos Santos, inspirado no Castro Alves e em mim.
E todo dia é uma luta nova
aqui dentro
e lá fora

A gente move montanha dentro do peito
Sem jeito 
Melhor não mais se mover 
Chega passado 
Passa, passa, passa...
Os carros entram em saem da rua
Continua frio aqui dentro
Um tanto de desalento
Um tanto de sofrimento

Os chinelos ficam espalhados
Da mesma forma que foram deixados
Passo a meditar entre os pássaros de papel
Como desejo de acalento

Reflito como o dia e a noite
Podem ter sido tipo yin yang
Hora claramente em paz
Noutra já nem sei mais

Fico aqui
Sorteando um filme pra dormir
E em cada dobra e desdobra
Aqueço e acalmo pensamentos

Antes de deitar
Procuro lugar em mim pra respirar
E longe do melhor lugar do mundo
Teu peito

Cuido só de mim
Pois acho que também sou passageiro

quinta-feira, 31 de julho de 2014

NÃO! Não me conformarei com as ladeiras
Nem com a cara de canseira do meu povo
Não aceitarei que quem nasce pobre precisa morrer assim
E nem que tudo tem que ser tão sofrido pra quem é daqui
NÃO!
Não apoiarei os pais com má vontade nas escolas de seus filhos
Nem professores cumprindo protocolo
E nem a desorganização da civilização que a desigualdade arrastou

Podem me colocar pra baixo com pessimismos
Podem tentar ofuscar as minhas vontades de jovem sonhadora
e podem até dizer que não sei de nada
mas não ficarei parada!!!

Não vão me oprimir
Não aceitarei poesias de luta só no papel
Não apoiarei fomentos de nada se não for na prática poder de mudança ao próximo
Não estarei com pessoas que pensam mais em suas causas partidárias e em criar mais guerras, do que em juntar todo mundo pra sermos uma única força
Não serei coletivo se a ação não fizer jus a palavra

Sei que minha coragem não virá todos os dias e por mais que chore a ponto de abandonar tudo que idealizo
Farei tudo antes de dormir
Pra que no amanhecer de uma nova luta
Minha coragem venha
E venha
Das mesmas existentes ladeiras
Das mesmas caras feias
Do crime
Da morte
Do frio dos morros
Das ruas
Do funk
E da forma apaixonante que, apesar de tudo, vive meu povo!

(Das minhas orações incompletas)




Gostaria de parar de pedir desculpas
De ser desculpa
De dar desculpa
de desculpar
Sem culpa

Minto e fico

Vou arrumar meu quarto e deixar tudo pronto
Vou me suicidar antes da meia noite pra não esperar outro dia
Vou amanhecer seca, fria e nua

Vou amortecer meus sentimentos surdos aos meus gritos
Vou despejar sobre o universo meus pensamentos avassaladores
E vou ser no meu caminho sei lá pra onde
Eu

Dói não ser como queríamos que fosse
Dói o não controle
Dói como futuro e passado
Nos prende feito bigornas no chão quente de um deserto
Queima até as cinzas
Mas não desinfeta
Não se cura

A gente passa
E algo nos mostra que o final ou é ir ou é ir
Não tem outra opção
Cada um tem a sua
Cada vida é muito curta
E eu?
Eu minto

E fico por aqui

sábado, 19 de julho de 2014

Esperou tanto 
que continuou esperando

sexta-feira, 18 de julho de 2014

As direções estão aí
viver, fazer e ser
Ou se encolher dentro de si
De si, de mim, de existir
Dentro dos medos, parafusos, loucuras, mentiras e enganos
Pela manhã um sosso eu te amo
Passam-se os dias, semanas e milésimos
Algo grita insistentemente: Saí!
Antes da noite o universo vem repleto de infinitos subjetivos
Caminhos inversos
Recomeços sem explicações
E a vida simplesmente segue
Tão sossa quanto o eu te amo pela manhã
E eu ingrata busco não sê-lo
E já não é mais notório em mim o que fazer
Da confusão tiro meu sustento
A coragem vem em meio às lágrimas e algumas desistências
Pode ir, não pretendo te seguir
Eu fico por aqui a ouvir os desesperos inaudíveis a qualquer outro ser
Buscando me encontrar dentro das próprias dores que me atacam todos os dias
Dores alegres e outras nem tanto
Por enquanto
Sou só eu e o tempo


(dos desabafos, um tanto verdadeiro, outro tanto triste e uma parte exagerada)

quarta-feira, 16 de julho de 2014


tem coisa que é só da gente
e só,
dói na gente

terça-feira, 15 de julho de 2014

É fato meu e consumado 
Que ele só volta 
Quando tudo estiver claro e sol 
Quando o caminho estiver aberto e eu chegar a ser simplesmente, eu 
Quando amar mais os meus cães 
Quando a direção não mais chorosa for o coração 
E quando viver não bastará sem que eu esteja lá 
Ou aí,
Quando eu perdoar mais 
Esquecer os orgulhos calmorosamente 
E dirigir-me ao que me pertence 
Ao que me merece 

Sendo então eu humana 
Talvez fique aqui com meus justos defeitos 
E Ele nunca volte

domingo, 15 de junho de 2014

A Bandeira era contra a Copa
O Santo não lutava pelo povo
E a Árvore não fazia mais chover

E mesmo com isso tudo
Sobreviveu a outra parte
Que talvez nem fosse a sua
Se é que isso de parte existe

O Santo era verde e amarelo ...
Mas tinha se tornado coloridamente insensível a realidade cruel que existia
Era torcida por mais uma estrela no peito
Era coragem e beleza

A Bandeira era fogo
como uma luz de esperança no meio da desgraceira
Era queimação de mato
E de muitas copas
Era a coragem em meio ao desequilíbrio com raiz

A árvore era seca
Desistência, um jamais imperfeito
Centro
Já quase morria
De tanta calmaria

Nisso tudo, foi o futuro
Sem saber de nada
Que se meteu ansioso
E lá na aurora no final do caminho
Era um romance
Esperado com muita festa e celebração

Os hexas passaram e por mais que cruzasse os dedos
Por mais que fosse injusto
E mesmo que houvessem copas vivas ainda nela

Seria só um romance escrito

(Sobre as Copas em mim, Mastro, sem santo, seca)

terça-feira, 27 de maio de 2014

Mereço o avesso

Talvez eu exagere as vezes
Com filosofias, psicologias, poesias ou afins
É que eu sou mesmo afim
De questionar
De fazer pergunta aos seus próprios eus
Ou aos meus

Isso toca
Incomoda
Vira do avesso
E eu sei que mereço
Me jogar na altura que quiser
Sem medo
Sem pensar e naugrafar as minhas próprias vontades
Ou as suas

Se for tarde
Eu reconheço
Que o preço
Foi que pensei demais
E vivi menos

terça-feira, 20 de maio de 2014

A gente
Se ajeita


Há gente
Se há tanto jeito


De verdade e mentiras somos feitos
A gente combina ao nosso tempo
Ao nosso jeito

sexta-feira, 16 de maio de 2014

De Frida pra mim

A tinta escorreu sobre a tela
  Discorreu choro e riso
Sobre a vida de quem desafiou o que podia


Frida

Ao chegar em casa é seu cheiro no meu cobertor
Resto do filme que eu dormi sem assistir
E sabe se lá se ainda está por aqui


Os pincéis e mazelas
Me encheram a alma de angústia poética
E Em cada aquarela
Eu sofria com seu coração


Ah Frida
Vida dura
Eu também não quero mais voltar quando me for
  Também quero que seja festivo e em meio ao fogo


Mas não quero ser artista
E nem doer de amor





quarta-feira, 7 de maio de 2014

São Pedra

Todo dia era dia de São Pedro
Desde quando pedra virou
Se desvencilhou
E chovia todo dia dentro dela

No sonho ele era miragem
E por dentro dela só temores
E um tanto de, porque?
De tāo profundo
Preferia o em baixo das cobertas
A pensar nessa vida

Era ansiedade
Coração a 180
Feito um vendaval
Aquela tempestade
Fazia-se dentro a fora

Seus dedos e peito tremiam
Era quase um ser infartado
E uma certeza de que o santo voltaria a lhe abençoar com amor

Sentia-se fraca
Não se alimentava
Era apenas água
Soltava fumaça uma atrás da outra feito um desmatamento
E se deixava sentir
Como são pedro a ensinou

Era as dúvidas de idealizações
Que acabou o que se tinha
Sozinha
Agora a árvore é só ensopados, granizos de pedra, de pedro são
Nada sã
Segue enfrente
Um tanto descontente
Quem sabe um sol amanhã?

Fiz tempestade pra São Pedro viver
Eu juro, foi sem querer
Me retribuiu com trovões e dias nublados
sem nem saber
nunca mais fez sol em mim

terça-feira, 6 de maio de 2014

Por Ananda Araujo

 







"A vista da frente é que mostra a lente
o que ela vê 
só ela sente"





Por Ni Brisant


Amor!

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Eu
Que sempre sonhei com aquelas comédias romanticas
Em que a moça com frio e cachecol
Se faz apaixonar na rua

Me agarrei a minha poesia
E permiti que me levasse para longe
Pra lá dentro de tudo que é
Meu, seu, sua, nó, pó, poeira, poema, saudade, nossa, ou só minha
posso?
Posso ficar aqui?
Dentro de mim?

Sonho com o dia
Em que vão inventar uma máquina que possa registrar em palavras
Tudo o que penso
Quando estou observando
Assim como trem vem la longe
Se rastejando

Como o cheiro podre que invade as narinas
E alguem brinca com a desgraça: hum que odor!
Oh! Dor
Parei na estação seguinte
Esqueci tudo o que pensei
Então, rascunhei
Isso aqui.
Onde há tantas leis
Tanta rigidez
A vontade é de ser subversivo

Talvez pareça marginal
Mas só precisamos ser
nós mesmos

sexta-feira, 25 de abril de 2014



Penso ás vezes bem que podia
Ele ser minha versão feminina
Eu sua versão masculina
Assumo ser prepotência minha

Imagino se posso ser ele
Se quero ser ele
Ou se de fato somos parecidos

No olhar perdido
Em poesias que eu queria ter escrito
Nas revoltas e política
E que eu desconhecia

Desde inicio
Sonhava ser palhaça num coletivo
Certo dia o encontrei
Dizendo que fazia algo assim pelos trens

Não era palhaço também
Era poeta e na minha alegria achei
Que um sonho nele idealizei

Pode ser só tietagem
Lembro a mim vez em quando
Acho que é tudo mentira
E no fundo estou invertida

Nossos encontros são curtos
Sempre muito especiais
Mas de todos esses dias
Um dos favoritos foi o carnaval

Essa distância eu nem queria
Dele mesmo eu nem sabia
Mas queria sê-lo por um dia

Não é uma declaração de paixão
Mesmo ele sendo apaixonante
É um amor sincero sim
De muita admiração

quarta-feira, 23 de abril de 2014

ontem mataram 3 mininu ali
eu tava em algum canto
mas nem tava ai
cheguei tão tranquila
que até me esqueci
da realidade cruel daqui
me estranhei desse assunto
duvidei me invoquei
deitei pra dormir
e então sonhei

o pesadelo tão real ganhou cena na minha noite
os mininu tinha roubado
não eram da quebrada
muito menos eram ligados
não conheciam ninguém
eram filhos de quem tem
e queriam usar o seu beck, pino, pedra ou mesclado

outro dia foram outros 3
trabalhadores, estudantes, brancos e pretos
nem era pra saberem
e eles dizem que nem é preconceito

nos barracos de madeira
nas casinhas pré-feita
moradores periféricos
marginalizados como defeito

sociedade aplaude
pra bandido tem que ter morte
a mídia reafirma
que é tudo merecedor desse destino

a noticia incansavelmente avisa
levou tirou um possível traficante
16 anos aterrorizante
De mochila e marmita
Nem deu tempo de sentir a vida

Seja ladrão ou não
Nem importa o que é que seja
Correu de medo à toa
Foi mirado e acertado o suspeito

Suspeito ou não
Nem é novidade que nada se resolve
Se é ser humano se esquece
Mira o alvo e o apodrece

Bombardeados noite e dia
A revolta vira briga
Vira pixo
Vira roubo
Vira grupo
Vira tiro

o porquê dos jovens ninguém quer entender
como de praxe é de se saber
que não há maneira assim de se compreender
foi tiro pra todo lado
pancada, açoite por causa de assalto

os corpos foram espalhados
um para cada canto
encontrados espancados
na favela do Moinho
é PAVÃO-PAVÃOZINHO
mais um morto
um mininu

dormi e acordei
como se nada tivesse acontecido
como fuga de mim mesma
pensei até em desistir da luta

é mentira pra tudo que é canto
política e ideologia ruim
de Brasília a periferia
cada um defende o seu
em fumaça, morte e adeus
tudo farinha do mesmo saco
tudo da mesma laia

é policia maldita, bandida e fria
bandido protetor, sem perdão na fissura
político interesseiramente falso, matador, criminoso
a guerra só continua
e nóis aqui na rua
e nóis aqui na briga

um pouco de tudo se articula
já não se sabe por qual rua se deve entregar
não entendemos o caminho sério
nem a ladeira certa pra olhar

tem que chegar devagar
deixar o sangue esfriar
deixar o sangue escorrer
confiar é algo raro
já tá tudo estragado
já ta tudo dominado

é conversa mole de social
blá, blá de amor a favelado
mas quando cai nela e anda errado
pei! se não tomar cuidado
os cara tão esperto
tudo bem organizado
tão de gravata, muleta e armado

dá boi não tio
se não tu vai tomar susto
daquele que bate no peito
e tu some desse mundo

é tipo Amarildo, Claudia e os mininu
tudo morto como bandido
tudo arrastado sem dó
tudo sumido na calada
tudo eternizado na favela

na ladeira escorre choro
nos escadões desce um amigo sozinho
menos um mininu
menos um irmão, um filho

a revolta e impotência nos assola
a vontade é de que tudo isso se exploda
mas acredite ainda assim
por mais que pareça com fim
se esse sentimento existe é porque há esperança aqui

como oração a gente repete e sonha
que o que hoje é utopia
seja verdadeiro um dia
e mesmo que não exista um mundo lindo e melhor
que façamos um hoje mais suportável
mais feliz

andemos descalços, de sandália ou chinelo
em parceria subindo qualquer beco
que a fé venha com força
e que tudo que nos magoa
seja combustível pra ser mais corajoso

seja pro moleque, pra véia, pro irmão
haja transformação pra esse mundão
e que os passos sejam mais certeiros
que tiro na mão de moleque ladrão
ser humano arrastado pelo chão
por quem é do mesmo ser animal

que sabe assim afinal
ai invés de um arsenal
seremos só nós em paz
sem ladeiras sangrentas
sem morte que de pena
sem bonzinho sem ladrão
sem político com oficio
sem corrupto bandido
sem ilusão
de que a vida
é só gente jogada nas vielas
no chão

que pesadelo seja somente um sonho de uma noite ruim
se somos seres humanos que nos vejamos com tal
que não sejamos hipócritas vendo um mundo perfeito
que façamos a luta no hoje
amemos a nós mesmos primeiro
e que lutemos para um tempo bom e real

terça-feira, 22 de abril de 2014

Vem folgado
mexe no meio peito como se fosse um balaio
comete um crime de confusão
e some

injustiça? não!
ele só fez o que queria.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Seja árvore, tinta, folha de planta, folha em branco e depois pintada.
Seja você, seja humano, rap, Hip Hop e Diversão
Seja menino, moleque, maduro, alegre e pro equilíbrio um tanto triste
Seja grandão nos abraços, no laços, amores e amigos
Seja amigo, ganhe amigos

Seja esse riso bobo, essa luta diária e caminhada necessária
Seja seus versos, seus contos e cantos
Seja a Fundação de dias melhores no outro, desenvolvimento social e antes de tudo cuidado pra você mesmo
Seja chá as 4:20, sua vitamina de abacate e tudo que te enlace
Seja você, seu boné verde, suas pernas ansiosas e toda paisagem que merecer

Seja seu coração de ouro, seja favela, barraco e malandragem
Seja o graffiti, pixo, tags e que todo dia venha ABOA
Seja a ideia de tatuagem na pele, um depósito de amor e compreensão, espere
Seja seus insetos e cada dia uma descoberta, uma nova espécie
Seja teu quarto em construção, demolição do que não for bom e coragem pra conquistar

Seja "na mochila as latas", "fim de semana chinelo e bermuda", "um copo na mão" e o pensamento que voa
Seja revolta, discussão e um tanto ingênuo
Seja seus sonhos, planos e desenganos
Seja tua rima, poesia e aviso
Seja seu moleskine preto, versos em segredos, riscos de caneta bic e riso sem fim

Seja arte, revide, convite de despedida de solteiro e coragem
Seja a miragem ao mar, imaginação e todo esse encontro
Seja Rafael, Frenesi, Rafa ou simplesmente assim, Bonito
Seja caos, causa, cais, cause
Seja isso tudo que já existe em você e tudo que não listei

Isso de SEJA nem precisava, foi um tolo pretexto, pra um texto, sobre e pra você!

Para Rafael Campos Barboni (Frenesi)

Aviso


Aviso ao poeta, ao príncipe, ao plebeu
A menina, ao menino, gato, cachorro e papagaio
Não estou a leilão
Não estou por acaso
Não vou só por alguns encontros
Só por alguns abraços

Não me encontro mais no outro
Nem coração mais eu tenho
Ainda que a lembrança tenha vindo
E meu dia acordado cinza

Eu não vou assim não
Caminho passo a passo pra lá de alguém
Não adianta botar fé
E nem dizer que me quer

E não é que eu esteja com doce
Seja prepotente ou metida
Por mais que digam bonita
Eu quero caminhar sozinha

Por agora ou até morrer
Não penso mais no amanhã
Vivo hoje seja dor ou o qualquer coisa que vier

Me resguardo aqui quieta
até que me sinta segura
 este momento é só meu
não sou personagem só pra aventura

Me perdoe o egoísmo
E a pontada de rispidez
Gosto de amar
Mas agora é só minha essa vez

No movimento um “tamo junto”
E não falo isso à toa
Por mais que duvide de mim
Sempre estarei por aí

Espalho abraço a rodo
Beijo, cuidado e carinho
Mas isso só tem a ver
com desejo dar e receber o que vem vindo

Não pertenço a este mundo
Cada vez mais é tudo lúdico
A psicologia me convence
Que estar sozinho é trabalho consciente

Se quer saber não é sempre solidão
Eu me viro bem com amigos-irmãos
Adoro meu próprio cuidado
E me viro bem comigo mesma

O tempo certo há de vir
Eu não sinto pressa pra sentir
De forma mágica sempre chega
e sim, eu sonho como um princesa

Gosto dos olhares que me rodeiam
Retribuo quando acredito que vale a pena
Sempre com interesse no ser da pessoa alheia

Me interessa a alma do outro
Menina, menino, poeta ou cachorro
Sou curiosa por pessoas
Me revisto de amigos e caricias

E isso me basta!

Esqueceu-se que tinha coração
Até que versos a lembraram em lágrimas
O dia amanheceu cinza, dentro e fora dela

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Porque nem meus sonhos vão me convencer
nem o coração dominar
o que haveria de chegar

pode ser só coisa minha
pode até ser mentira
e eu não quero correr riscos

tanta coisa há de ser
se eu deixar transparecer
todos pensamento e vontades

a saudade há de vir
todo dia que sumir
mas eu prefiro assim

Dentro de mim acalentaria
se eu pudesse teu abraço todo dia
em segurança bem que podia

Racionalmente então
prefiro me abandonar
a me render ao teu ser e estar

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Engano
desgosto
afrouxo
do corpo
sem cor

doloso
desfez-se
quando ser
enquanto ainda ente
quando na mente
nada há a fazer

Afinal assim
Finalmente fechado
Arrematou –se
Fingiu conducente
Acirrou the end

Ou algo parecido com fim.
Deixou-se vencer pelo jogo onde foi peça principal
acomodou-se fingindo não ver
perdeu a chance se ser feliz


Xeque-mate!

(do que está na cara, mas só quem tá aqui fora pode ver)

terça-feira, 25 de março de 2014


Escolho ficar por aqui

A me despir de sentimento errado

Ansiosamente disparada

Recuo e aceito a intuição



Despasso pra não precisar sentir nem amor nem medo

Comprovo dentro de mim tipo cientista que volta para o começo

Anseio, finjo e vou descalça

Pra lá longe

A fim de me encontrar só

Sem ajuda pra ser e estar



Recuo

Por crença minha de não estar no teu centro

Recuso os pensamentos aqui tão presentes

Honestamente incertos

Descrentes e quem sabe tapando buracos dentro do peito

Da falta

Da casa

Do caso

E ninguém sabe se de fato, fim



Dou um passo pra trás

E prefiro ficar quietinha aqui onde estou

Me desfazendo dos tantos nós que a vida me presenteou

Cuidando dos meus tantos Eus, um por um

Abrindo mão do que é só do outro

Tentando atender ao meu brio


Dou um passo a frente

E permito que a vida carregue tudo de bom que é meu

E risque esse caminho até meus pés



Não passo mais a cuidar do outro sem antes entender que o filtro de amor sou eu

Para que possa espalhar bons uníssonos

Sol lá fora

Céu azul e branco

Eu descanso

E sigo acalentada



Sigo segura do que há de vir.