segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Admiro aqueles que não possuem pudor
Que não se preocupam em ser adequados
Tão pouco ficam presos ao que lhes é imposto
Eles sim são felizes...
Tiram os sapatos
Expõem suas unhas mal feitas
Colocam ao sol
Suas carecas e cabeleiras
Sentem cada poema como o amor esperado por toda eternidade
Despertam idealizações e as tornam concretude em linhas antes sem vida
Olham para si o que lhes agrada
Rasgam o que não suportam em seus quartos sozinhos
E mais uma vez expõem o peito em letras cursivas
Retas ou não
Deixam que a vida os leve
ainda assim parecem mais organizados do que eu
E certamente farão com que sua passagem nesta dimensão não seja a passos curtos
Não passarão sentados na cama pensando em como seria diferente se tivessem feito
Terão feito
Terão criado movimentos
E terminarão suas vidas sentados num bar, entre amigos, tomando aquele primeiro gole de cerveja num dia bem quente
Num baquete de prosas
Lembrarão suas rosas, espinhos e quem se foi
terão riscado berais
terão colocado cores nos muros
tocado um acorde
andando de moto
e estreado num palco
Passarão passarinho
De fininho, mas causando fogos de artificio em solos musicais
Em invernos infernais
e calores descomunais
não me incluo nisso ai
não faço jus ao que é existir
eu passarei
eles, passarinho.

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