quarta-feira, 13 de janeiro de 2016



Hoje certamente a paixão mais pura me tomou conta outra vez
Em casa, olhei-me no espelho e me perguntei se por acaso de sermos tão semelhantes
Você havia notado minhas estampas
simples e brilhantes
Em todo peito, unhas, cintura, dentro
Porque não há forma talvez de te alcançar que não seja pela luz e pela beleza sonora do meu eu existir
Este, grita e você sabe bem
Ainda que opostos eu sei, nos conhecemos um no outro
Ainda que apáticos, você sabe de mim e eu do meu espelho carnudo em matéria de homem
Sim, eu sei de você
Te conheci há muito, e te reconheci
fomos afeto, amor e inquietude em outra vida
Nos dois somos tipo aquele centro nosso que fugimos
Aquele mesmo com tantos defeitos que nos amamos e odiamos
Por isso corremos
de nos aceitar e encontrar nossos ventos
Eu te falo com o mesmo cuidado e esmero que toda gente
Eu amo gente!
Eu amo agente por me gostar
Sinto como quem perambula, correndo atrás do mesmo rabo desde a nascença
Não sei se mais de mim, ou se do nascimento de varias caras que nos une esquizofrenidamente
E que faz fantasia dentro de mim
isso tudo so tem meio nada de caminho estreito sem fim
Ë como se fossemos o mesmo espirito, meio distraído uma parte pra cada lado
Ou talvez e mais certo, milhões de partes que somos singularmente em cada sem chegada do universo
Tu não sabe, mas ë meu avesso
E sem querer me recompor aceito
Deixo afim de não querer minhas partes todas centralizadas sö em um eu
E não há verso ou moradia que justifique
Sendo assim não desisto mas prefiro deixar uns pedaços por ai

 

domingo, 29 de março de 2015



Um tanto de força, ás vezes um tanto de nada

Sou preguiça, distimia e euforia



Sou vontade e desistência

Daquelas que sai pelos fundos

Pela direita

Sou solidão quando alguém vai embora

E uma abraço rabugento quando isso acontece



Sou timidez quando o rosto enrubesce de pudor

E um tanto de moral pra não faltar equilíbrio

Sou julgamento quando tô errada

E luta se for pra ir pro combate

Sou a tristeza em dias cinzentos

E um sorriso largo quando de azul o céu me favorita



Sou esperança ao dobrar da esquina

Brincadeiras em afeto de menina

Sou eu adulta querendo não crescer

Tento a paz quando tudo vai de esmorecer

Sou essa chuva pingando gelada lá fora

E carinho pra ser confortada



Sou aquela chegada
Parceria e inimiga se assim me fizer
Sou o calo no pé, me perdoe se achar que der
sou adeus na hora da partida
sou o bater da porta enfurecida
e não me comovo quando é preciso valentia



Sou o voltar atrás quase o tempo todo

de ser arrependida não me envergonho

Sou verdade e excesso de sinceridade

E uma piada sem sal, sem gosto e de graça



Sou amor infinito
Lágrimas nos olhos do menino
Sou pedra, pudim, pão e azeda feito limão
E sou o cara com fome e frio
Deitado ali no chão

Sou preta, parda, branca, mulata
Sou chinesa, mulher presa e também molestada
Sou do nordeste,
Eita peste! Sou demais é da folgada...



Tô pronta aqui se de desejo você vem

Mas saio fora se for só de desdém



Pressão baixa

Sonhos dentro, fora ou ao lado da caixa

Me encaixo onde couber

Se assim não puder

Sai de mansinho caso você não me achar



Sou politica

Corrupta

Interesseira se for pra fazer bagunça

Sou os riscos nos antigos muros

E a folha do graffiti



Fui animal

Usada de forma descomunal

Fui fugitiva, coluna e depositária acusativa



Fui mulher na passarela

Quando ninguém mais pensava

Eita! Aquela era....

Quase uma aquarela



Fui sanfona

Entre as idas e vindas das minhas gorduras

em todo o corpo, seios e cintura



sou psicologicamente incorreta

mentalmente imponderável

ser só pé no chão não me agrada

eu prefiro tudo ao contrário



Sou Capão

Meus irmãos no camburão

Os que se foram inocentes no rabecão

Cidadãos



Sou praça da Abadia

Minas Gerais e companhia

Minhas aventuras

Sou minhas amigas



Sou quem passou por mim

Sou quem ficou por aqui

Sou quem eu passei por dentro

E sou quem deixei lá fora



Sou o passado tentando se curar na sessão de terapia

Sou toda minha má poesia

sou o sono me arrastando todo dia

e café preto pra enfrentar toda rotina

sou chá gelado por fazer

aquele que acende pra espairecer

sou o pf pra encher

e um tanto de lamento por ter que escolher



sou o não controle do sofrer

meu filho que ainda vai vir pra nascer

azul marinho antes de amanhecer

e calor de noite nos pesadelos



sou ladeira, morro, quebrada

não desanimo com qualquer emboscada

e me apaixono toda vez

pelo laranja atrás dos barracos



sou todos os instrumentos de batucadas

sou maracatu, coco e embolada

sou o nariz de palhaço

um tanto de estardalhaço

e um pé fora do compasso



minha beleza é efêmera

depende do dia

da alegria

sou o término

e ponto de partida



eu sou as inúmera folhas que poderiam seguir

que poderiam me fazer entender e ser

no meio disso tudo

me digo

me dito

e para sempre

com todo direito

piso passo

me reescrevendo







das brigas

Pode ir
Pode rir
Vá com suas bombas, más mulheres e status
Não quero que nada fiquei, nenhum rastro
Nenhuma blusa
Quero que você se arrependa de cada frase e meia volta que deu
Quero que Deus te faça ajoelhar aos meus pés
E pedir desculpas com algumas lágrimas de amor
E sem pudor
Grite ao mundo que me ama
Que sou sua dama
Que sou sua chama
Que te chamo

No fundo
Assim como qualquer animal senciente
Eu só quero ser amada
E de desejos alvejada

Você vai
Meu travesseiro fica
num único respirar do seu perfume
Na fronha
Na sua blusa favorita por mim
Usada em ódios de frios meus

Não obstante, a invasão vira confusão
Perde-se o tato
o controle
queremos o trono
estou com a razão

e no meio desse furacão
eu descarrego em meus versos
e com nada resolvido
vamos dormir sozinhos

eu e você!

Por: Eduardo Dias



"De tão grave
o desafino rouco
ante os ouvidos
só-um pouco
virou

tônica de lovesongs
riff de heavy metal
solo de rock'n roll

timbre nu
play

pro conto do coração que fez greve
por tão vermelho
ser

vizinho do peito
já (talvez) negro de tanta flora
à fora aflora flor
feito fora
a que dia desses
o tal Drummond viu nascer.

e quando menos se espera
centro (grevista) desencasula
papos tinta
típicos de quem manja dusparanauê
e busca cores pra sua aquarela
nova

mente
corpo
marca in tags
pele nua
que das cinzas fez chama.

De tão composta
quis ser momento
quis ser minuto
diminuta.

Teu nome já navega
sendo assim lhe bastam:
vento, água e direção"

Eduardo Dias

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

dela, eu

Era feita de detalhes
de retalhos limpos, sujos, ríspidos e um tanto egoístas
andou tentando lapidá-los pra entender onde se quebrava tanto a cabeça
passou a vida em teimosia
em arritmia


desfez-se e voltou várias vezes
sonhou em morar em outro lugar que não fosse dentro
descobriu-se em um corpo de defesas
defeitos sem controle

partiu de si
voltou de novo
se arrumou no que deu

humana.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Vou arrumar o meu quarto e deixar tudo pronto
Vou me suicidar antes da meia-noite pra não ter que esperar outro dia
Vou amanhecer seca, fria e nua

Vou amortecer meus sentimentos surdos aos meus gritos
Vou despejar sobre o universo meus pensamentos avassaladores
E vou ser no caminho daqui sem lá pra onde
Eu

Dói não ser como queríamos que fosse
Dói o não controle
Dói como futuro e passado
Nos prende feito o peso das bigornas
Esquenta como areia quente de um deserto
Queima até as cinzas, mas não desinfeta, não se cura

A vida passa
E algo nos mostra que o final é ir ou é ir
Existem muitas opções
Cada um tem a sua
Cada vida é muito curta

E eu,
Idealizo isso de pra outro plano partir
insisto

E fico por aqui. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014


O corpo humano vai além do organismo. Transcende a biologia e as patologias que insistem em nos colocar em caixas rotuladas de doenças que marcam e não curam.
Ultrapassa qualquer ação medicamentosa quando se esquece de que o corpo, é consciente e inconsciente, que tem muita história, alegrias no topo e tristezas tão lá no chão ao ponto de sentimentos e emoções simplesmente darem uma volta nessas químicas criadas em laboratórios para fazer o ser humano acreditar que o corpo é ...só um funcionamento fisiológico.
É necessário um outro suporte, uma outra sustentação, é preciso mais atenção e muita, muita conversa. A cada dia, o corpo precisa ser ouvido de uma maneira mais sensível pois o corpo grita em alto e bom som dores que muitas vezes são simplesmente indizíveis. O corpo ouve, e o corpo também fala.
O corpo é defesa, é lamento, é grito de socorro e ele se joga em dores e prantos quando se sente confiante para isso. O corpo potencializa o que já não estava bom, e melhora o que está ruim quando tem a possibilidade de se entregar como um apelo pedindo um alivio para o seu sofrimento.
O corpo é manifestação em poros, olhos, pele, peito, aceleramento do coração e fraqueza quando não se ajeita. É a soma e a gravidade do que sentimos e do respirar aliviado em busca de paz. Se revela em cada andar da vida, em todo caminho sentindo na pele a ferro e fogo.
É mente e não mente, entra em guerra se debate até se acalentar, se desfaz, até ser suportável, simplesmente ser ele, corpo e vida.