sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

dela, eu

Era feita de detalhes
de retalhos limpos, sujos, ríspidos e um tanto egoístas
andou tentando lapidá-los pra entender onde se quebrava tanto a cabeça
passou a vida em teimosia
em arritmia


desfez-se e voltou várias vezes
sonhou em morar em outro lugar que não fosse dentro
descobriu-se em um corpo de defesas
defeitos sem controle

partiu de si
voltou de novo
se arrumou no que deu

humana.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Vou arrumar o meu quarto e deixar tudo pronto
Vou me suicidar antes da meia-noite pra não ter que esperar outro dia
Vou amanhecer seca, fria e nua

Vou amortecer meus sentimentos surdos aos meus gritos
Vou despejar sobre o universo meus pensamentos avassaladores
E vou ser no caminho daqui sem lá pra onde
Eu

Dói não ser como queríamos que fosse
Dói o não controle
Dói como futuro e passado
Nos prende feito o peso das bigornas
Esquenta como areia quente de um deserto
Queima até as cinzas, mas não desinfeta, não se cura

A vida passa
E algo nos mostra que o final é ir ou é ir
Existem muitas opções
Cada um tem a sua
Cada vida é muito curta

E eu,
Idealizo isso de pra outro plano partir
insisto

E fico por aqui.