quinta-feira, 17 de abril de 2014

Aviso


Aviso ao poeta, ao príncipe, ao plebeu
A menina, ao menino, gato, cachorro e papagaio
Não estou a leilão
Não estou por acaso
Não vou só por alguns encontros
Só por alguns abraços

Não me encontro mais no outro
Nem coração mais eu tenho
Ainda que a lembrança tenha vindo
E meu dia acordado cinza

Eu não vou assim não
Caminho passo a passo pra lá de alguém
Não adianta botar fé
E nem dizer que me quer

E não é que eu esteja com doce
Seja prepotente ou metida
Por mais que digam bonita
Eu quero caminhar sozinha

Por agora ou até morrer
Não penso mais no amanhã
Vivo hoje seja dor ou o qualquer coisa que vier

Me resguardo aqui quieta
até que me sinta segura
 este momento é só meu
não sou personagem só pra aventura

Me perdoe o egoísmo
E a pontada de rispidez
Gosto de amar
Mas agora é só minha essa vez

No movimento um “tamo junto”
E não falo isso à toa
Por mais que duvide de mim
Sempre estarei por aí

Espalho abraço a rodo
Beijo, cuidado e carinho
Mas isso só tem a ver
com desejo dar e receber o que vem vindo

Não pertenço a este mundo
Cada vez mais é tudo lúdico
A psicologia me convence
Que estar sozinho é trabalho consciente

Se quer saber não é sempre solidão
Eu me viro bem com amigos-irmãos
Adoro meu próprio cuidado
E me viro bem comigo mesma

O tempo certo há de vir
Eu não sinto pressa pra sentir
De forma mágica sempre chega
e sim, eu sonho como um princesa

Gosto dos olhares que me rodeiam
Retribuo quando acredito que vale a pena
Sempre com interesse no ser da pessoa alheia

Me interessa a alma do outro
Menina, menino, poeta ou cachorro
Sou curiosa por pessoas
Me revisto de amigos e caricias

E isso me basta!

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