sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Farta!
dos milhares de lutos
dos dias cinzentos e da fumaça intragável do meu cigarro
do pretos que corroem por dentro
das flores ainda vermelhas que não morrem
dos beijos, abraços e lágrimas
do que tem que ir e não vai
do que tem que ficar e não fica
dos sentimentos de morte de quem gosto
da partida que nunca finaliza
do desespero
do nome que se dá a tudo e não denomina a minha paz
Estou farta!
das verdades e da honestidade doída
do abraços dos amigos pela dor
Das lágrimas
do choro sem fim e do sal em meu rosto incurável
Da partida que nunca parte
das supostas idealizações que se julgam
do meu próprio julgamento e da culpa infinita, presente a todo instante
das dores nas costas
da metade incompleta e da solidão que persegue
Farta!
dessas palavras e das que meus olhos percorrem
Das Lágrimas
do passado
da paixão
do acaso
Farta!
do futuro e do amor presente
de me encontrar e em segundos me perder
das batidas do coração sentidas no abraço
e do meu olhar perdido
Farta das Lágrimas e da partida que não parte
Se divide..."

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mágramática - O Teatro Mágico



"Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
Todo verbo é livre para ser direto ou indireto
Nenhum predicado será prejudicado
Nem tampouco a frase, nem a crase
Nem a vírgula e ponto final
Afinal, a má gramática da vida
Nos põe entre pausas
Entre vírgulas
E estar entre vírgulas
Pode ser aposto
E eu aposto o oposto
Que vou cativar a todos
Sendo apenas um sujeito simples
Um sujeito, sua oração
Sua pressa e sua prece
Que enxerguemos o fato
De termos acessórios para a nossa oração
Separados ou adjuntos
Nominais ou não
Façamos parte do contexto
Sejamos todas as capas de edição especial
Mas, porém, contudo,entretanto,todavia,não obstante
Sejamos também a contracapa
Porque ser a capa e ser contracapa
É a beleza da contradição
É negar a si mesmo
E negar-se a si mesmo
É muitas vezes encontrar-se com Deus
Com o teu Deus
Sem horas e Sem dores
Que nesse momento em que cada um se encontra agora
Um possa se encontrar no outro
E o outro no um
Até por que
Tem horas que a gente se pergunta...
Porque é que não se junta tudo numa coisa só?"

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Movimento de Sentir

"Alguns sentimentos não são deliciosos de se sentir, principalmente se não podemos dar um nome para cada um deles. Porque alguns parecem que não tem nome de fato, e talvez o problema e a sensação de estranheza seja exatamente isso, nosso eterno desespero de querer definir e dar nome a tudo que vemos, sentimos e vivemos.
A questão  e talvez solução aqui, seja de simplesmente sentir, sem tentar racionalizar as coisas o tempo todo, talvez seja respirar fundo, olhar o céu, sentir seu corpo em um movimento e sentir o movimento em seu corpo, talvez seja ler um livro, ter momentos com você mesmo, comer, perceber os amigos, os amores os quereres.
Sentir, sentir e simplesmente sentir."

terça-feira, 31 de julho de 2012

A vida é uma eterna dinâmica de transformação


Enquanto humanos, por vezes esquecemos que tudo precisa ser transformado para que nossos sonhos se realizem. Assim como a natureza se transforma o tempo todo, e cada vez torna-se mais linda e perfeita.
E essas transformações brotam do mais sincero amor, brota da dor, do aprendizado, da maneira como encaramos o mundo, e da forma como transformamos o que podemos. Brota de dentro de nós, da fé que temos no outro, dos amigos, irmãos, da nossa família. Brota dos sorrisos e das lágrimas de alguém que nem conhecemos, e de tudo que fazemos com isso. Brota das nossas lágrimas e sorrisos, e dos nossos sonhos bons.
Se eu nascesse palhaço, eu faria tudo que queria e sonhava fazer até aqui e não fiz, eu não teria vergonha de ser ridículo, eu não teria pudores, eu não choraria.
Se eu nascesse palhaço eu não magoaria ninguém e nem seria magoada. Se tivesse nascido palhaço eu tocaria violino, flauta transversal e dançaria balé. Seria mais feliz nas pequenas coisas, abraçaria tudo e todos, a todo o momento, esse seria o meu ar para que pudesse continuar vivo.

Se tivesse nascido palhaço eu envelheceria, mas a morte nunca alcançaria. Eu nasceria de um ventre Presente de Alegria, para encantar e transformar os humanos, melhorar os de alma e bons corações e salvaria os que têm maldade.
Não existiria em mim o “não ser”, eu seria e pronto, e viveria todos os meus eternos segundos. Eu não dormiria, eu não precisaria, porque viver cada segundo de vida seria o suficiente para me manter tranquilo, meus sonhos vivos e realizados.
Se tivesse nascido palhaço eu seria engraçado e não existiria em mim um lado ruim. Se nascesse palhaço eu seria um anjo, um anjo palhaço. Eu seria puro, como a água mais transparente vinda das montanhas.
Eu seria alguém encarregado por Deus para fazer o que Ele me mandasse. Eu teria milhares de narizes.

Que os nossos palhaços nos tragam essa transformação constante e que eles nos ajudem a mostrar o melhor que temos a oferecer. Que nessa linha do tempo, tudo que não foi realizado seja, e o que era ruim fique bom. Que todo o nosso pudor e ridicularidade floresçam cada vez mais e que isso nos faça ser uma linda essência.
Que os anjos palhaços que temos por dentro, sejam mais fortes, e que nos deem forças para todos os momentos.
Infelizmente não nascemos palhaços, mas fomos ajudados a criar um, então, que saibamos usar o nosso personagem para transformar a nós mesmos e a cada humano em seres mais especiais, melhores, cheios de vida, cheios de amores e abraços, mais cheios de Luz. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste. (Saramago)

sábado, 21 de julho de 2012





Alegria
Como um raio de vida
Alegria
Como um louco a gritar
Alegria
De um delituoso grito
De uma triste pena, serena
Como uma raiva de amar
Alegria
Como uma explosão de júbilo
Alegria
Eu vi uma faísca da vida brilhando
Alegria
Eu ouço um jovem menestrel cantando
Alegria
O grito bonito
Um rugir de sofrimento e de felicidade
Tão extremo... Um amor furioso dentro de mim,
Alegria
Um feliz e mágico sentimento.
Alegria
Como um raio de vida
Alegria
Como um palhaço a gritar
Alegria
De um delituoso grito
De uma triste pena, serena
Como uma fúria de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade
De um delituoso grito
De uma triste pena, serena
Como uma fúria de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade
Alegria
Como a luz da vida
Alegria
Como um palhaço que grita
Alegria
De um estupendo grito
De uma tristeza louca,
Serena
Como uma raiva de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade
De um estupendo grito
De uma tristeza louca
Serena
Como uma raiva de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade
Tão extremo Um amor furioso em mim
Alegria
Um feliz e mágico sentimentos
"As roupas querem sair por ai
correndo de seus cabides
atrás de sonhos
correndo em direção de alguns corpos
de caos
de casas
lares
Os sapatos querem caminhar sozinhos
caminhando na direção de um caminho sem pretensões
na pretensão de caminhos certos
sem pedras
sem curvas
O quarto quer ser tudo e o todo
da morada da felicidade
de uma alma que guarda e tudo sorve
fora da miséria
sujeira
desperdícios
com o ócio
As cadeiras e bagunça permanecem em seu mesmo lugar
os cabides, roupas e sapatos também
porque não há uma direção
a não ser esperar
esperar que vida mova-os para o lugar que almejam
que merecem".