quinta-feira, 31 de julho de 2014

Minto e fico

Vou arrumar meu quarto e deixar tudo pronto
Vou me suicidar antes da meia noite pra não esperar outro dia
Vou amanhecer seca, fria e nua

Vou amortecer meus sentimentos surdos aos meus gritos
Vou despejar sobre o universo meus pensamentos avassaladores
E vou ser no meu caminho sei lá pra onde
Eu

Dói não ser como queríamos que fosse
Dói o não controle
Dói como futuro e passado
Nos prende feito bigornas no chão quente de um deserto
Queima até as cinzas
Mas não desinfeta
Não se cura

A gente passa
E algo nos mostra que o final ou é ir ou é ir
Não tem outra opção
Cada um tem a sua
Cada vida é muito curta
E eu?
Eu minto

E fico por aqui

sábado, 19 de julho de 2014

Esperou tanto 
que continuou esperando

sexta-feira, 18 de julho de 2014

As direções estão aí
viver, fazer e ser
Ou se encolher dentro de si
De si, de mim, de existir
Dentro dos medos, parafusos, loucuras, mentiras e enganos
Pela manhã um sosso eu te amo
Passam-se os dias, semanas e milésimos
Algo grita insistentemente: Saí!
Antes da noite o universo vem repleto de infinitos subjetivos
Caminhos inversos
Recomeços sem explicações
E a vida simplesmente segue
Tão sossa quanto o eu te amo pela manhã
E eu ingrata busco não sê-lo
E já não é mais notório em mim o que fazer
Da confusão tiro meu sustento
A coragem vem em meio às lágrimas e algumas desistências
Pode ir, não pretendo te seguir
Eu fico por aqui a ouvir os desesperos inaudíveis a qualquer outro ser
Buscando me encontrar dentro das próprias dores que me atacam todos os dias
Dores alegres e outras nem tanto
Por enquanto
Sou só eu e o tempo


(dos desabafos, um tanto verdadeiro, outro tanto triste e uma parte exagerada)

quarta-feira, 16 de julho de 2014


tem coisa que é só da gente
e só,
dói na gente

terça-feira, 15 de julho de 2014

É fato meu e consumado 
Que ele só volta 
Quando tudo estiver claro e sol 
Quando o caminho estiver aberto e eu chegar a ser simplesmente, eu 
Quando amar mais os meus cães 
Quando a direção não mais chorosa for o coração 
E quando viver não bastará sem que eu esteja lá 
Ou aí,
Quando eu perdoar mais 
Esquecer os orgulhos calmorosamente 
E dirigir-me ao que me pertence 
Ao que me merece 

Sendo então eu humana 
Talvez fique aqui com meus justos defeitos 
E Ele nunca volte

domingo, 15 de junho de 2014

A Bandeira era contra a Copa
O Santo não lutava pelo povo
E a Árvore não fazia mais chover

E mesmo com isso tudo
Sobreviveu a outra parte
Que talvez nem fosse a sua
Se é que isso de parte existe

O Santo era verde e amarelo ...
Mas tinha se tornado coloridamente insensível a realidade cruel que existia
Era torcida por mais uma estrela no peito
Era coragem e beleza

A Bandeira era fogo
como uma luz de esperança no meio da desgraceira
Era queimação de mato
E de muitas copas
Era a coragem em meio ao desequilíbrio com raiz

A árvore era seca
Desistência, um jamais imperfeito
Centro
Já quase morria
De tanta calmaria

Nisso tudo, foi o futuro
Sem saber de nada
Que se meteu ansioso
E lá na aurora no final do caminho
Era um romance
Esperado com muita festa e celebração

Os hexas passaram e por mais que cruzasse os dedos
Por mais que fosse injusto
E mesmo que houvessem copas vivas ainda nela

Seria só um romance escrito

(Sobre as Copas em mim, Mastro, sem santo, seca)

terça-feira, 27 de maio de 2014

Mereço o avesso

Talvez eu exagere as vezes
Com filosofias, psicologias, poesias ou afins
É que eu sou mesmo afim
De questionar
De fazer pergunta aos seus próprios eus
Ou aos meus

Isso toca
Incomoda
Vira do avesso
E eu sei que mereço
Me jogar na altura que quiser
Sem medo
Sem pensar e naugrafar as minhas próprias vontades
Ou as suas

Se for tarde
Eu reconheço
Que o preço
Foi que pensei demais
E vivi menos