"Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio E a minha ambição era trazer o universo ao colo Como uma criança a quem a ama beija. Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo Do que as que vi ou verei. Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações. A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca..." (Álvaro de Campos)
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Por: Izabela Freitas
"Nunca me senti tão eu em mim! Acho que os 30 anos é a idade da conscientização feminina! Sou quem quero ser AGORA! Perdoem meus excessos, transbordo por todos os poros! Não me pintes de Santa, quando digo que transbordo; não me refiro só ao amor! Também transbordo raiva, medo, desejo/tesão e claro que sim o amor também! Tenho em mim todos os sentimentos, uma vontade enorme de pular de pára-quedas..., de gritar ao mundo que me encontrei! E me encontrar hoje, é saber me perder também. É saber exatamente o peso das minhas lágrimas e dos meus sorrisos. É saber pagar o preço das minhas escolhas e, principalmente, das minhas palavras. Fazer 30 anos, não é ficar velha não! Jamais! Trinta anos é aquele ponto que a fruta amadurece e pula sozinha lá do alto da árvore! Pra mim, fazer trinta anos é encontrar o eixo. É ser seu próprio centro de equilíbrio. Mas nem por isso não deixar-se desequilibrar, claaro! Fazer 30 anos não é ter a “crise dos 30”, crise a gente tem desde que nasce até o dia que morre; aos 30 anos a gente só toma consciência de que aquilo é uma crise e que logo passa!" (Izabela Freitas)
“Aprendendo a definir minhas prioridades... elas sempre serão: crescer em todos os campos da minha vida, estar por perto de quem some na minha e com quem eu possa fazer essa troca, encher a alma com amor, paz, aprendizados e arte, e trabalhar em mim as partes que gosto para que aumentem (com ponderação e humildade) e as que não gosto para ser uma pessoa melhor e finalmente me aceitar com meus defeitos e acertos.... Aceitar o próximo também com seus lados bons e ruins e lutar contra o pré-julgamento que tanto me destrói (nos destrói), e ASSUMO não ser uma tarefa fácil. Creio que enxergar isso como um ato humano e como algo negativo para nós mesmos e utilizar disso para lidar melhor com as situações, já é um passo, e de passos em passos positivos alcançaremos o caminho certo, o caminho do bem, o caminho do bem com o próximo e do bem com nós mesmos”.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
PRISCILA
Prisma
Prima das cores
Priscila de amores
Pri das dores
És tu odores
És tu calores
Graça
Flores e cores
Priscilas a parte
Tu és linha
Tu és tela
Tu és arte
Por: Luiz Mayro (Naza Prog) - 23.01.2012
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
"E hoje nem se sabe se certa ou errada ela estava
Sabe-se apenas que o fim chegou
Chegou para aqueles que nela não acreditavam mais
Ora! Estava sempre certa
Era dona de sua razão
e dona da razão do outro
Foi acusada
E nem soube da veracidade dos dedos que que lhe apontavam a face
E das pedras que tocavam seu corpo
Julgava também
Não tinha ouvidos apenas boca
Ora! Era dona de todas as verdades
e sábia de todas as mentiras
Amou e foi amada
Errou e foi alvo de erros
Se entregou, errou, perdoou, esperneou, amou, gritou, beijou
Mas nada foi suficiente
Para nenhum de seus lados
Nem para os lados do bem
Nem para os lados do mal
Sendo esses sua pluralidade interior
E também não foi suficiente para sua singularidade exterior
Sentia ser sua outra parte
Estava dentro e estava fora
Era um amor
E era dor".
Sabe-se apenas que o fim chegou
Chegou para aqueles que nela não acreditavam mais
Ora! Estava sempre certa
Era dona de sua razão
e dona da razão do outro
Foi acusada
E nem soube da veracidade dos dedos que que lhe apontavam a face
E das pedras que tocavam seu corpo
Julgava também
Não tinha ouvidos apenas boca
Ora! Era dona de todas as verdades
e sábia de todas as mentiras
Amou e foi amada
Errou e foi alvo de erros
Se entregou, errou, perdoou, esperneou, amou, gritou, beijou
Mas nada foi suficiente
Para nenhum de seus lados
Nem para os lados do bem
Nem para os lados do mal
Sendo esses sua pluralidade interior
E também não foi suficiente para sua singularidade exterior
Sentia ser sua outra parte
Estava dentro e estava fora
Era um amor
E era dor".
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Acordar - Fernando Pessoa
"Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rocio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.
Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.
Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom,
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste,
Seja
A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.
Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
Dá-me lírios, lírios
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...
Deita-me as mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Exceto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palácios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Por isso, não te importes com o que eu penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também."
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Metade - Oswaldo Montenegro
"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também".
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