quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Depois que fui embora


“ Voltando pra casa
Tudo observo
Absorvo
No ponto sozinha
Só reservado
Com as melhor das sensações
Fico sentada ou em pé
Tanto faz
Espero a vinda de mais um coletivo
Que o próximo seja o caminho para casa, amém!
Casa essa
Não minha
Nem mais sua
Nossa!
Meu caminho chega
E com um suspiro aliviada entre e me sento
A página vira
Desço no próximo, obrigada!
Corro
Mas não alcanço o outro caminho que chega
Eu não entendo
Graças á Deus o próximo é o meu!
Suspiro aliviada novamente
Passo as mãos pelos meus cabelos
E sinto o carinho na trança
Retiro o tal carinho dos meus fios ressecados e me tomo dele como amuleto
Amuleto para proteção
Contra meus medos
Contra a minha ansiedade
Eu desço no próximo, obrigada!
Com o amuleto entre os dedos viro a rua escura pra casa
A mesma casa
Que não é minha
Nem sua
É nossa
Em minha direção caminha um outro ser humano na rua apagada
Pelo menos é o que me parece
Aperto o amuleto e continuo caminhando
Aperta o coração
Aperto o passo
Mudo a postura para algo com mais malandragem
Como se isso ajudasse o meu amuleto a me proteger do perigo criado dentro de mim mesma
Passo por ele
Ele me percebe e era tudo o que não queria
Ser notada
E ele me pergunta gritando ao longe se estou com medo
Aperto o passo
Aperto o coração
Aperto o amuleto de carinho
Percebo então que o tal ser humano na rua
Era conhecido e brincava com o meu medo
Meu amuleto de carinho da trança
Me deu sorte
E em parceria com a linda lua
Iluminou e deu brilho a entrada de casa
Cheguei depois que fui embora”.

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