Era feita de detalhes
de retalhos limpos, sujos, ríspidos e um tanto egoístas
andou tentando lapidá-los pra entender onde se quebrava tanto a cabeça
passou a vida em teimosia
em arritmia
desfez-se e voltou várias vezes
sonhou em morar em outro lugar que não fosse dentro
descobriu-se em um corpo de defesas
defeitos sem controle
partiu de si
voltou de novo
se arrumou no que deu
humana.
"Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio E a minha ambição era trazer o universo ao colo Como uma criança a quem a ama beija. Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras, Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo Do que as que vi ou verei. Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações. A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos. Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca..." (Álvaro de Campos)
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
sábado, 10 de janeiro de 2015
Vou arrumar
o meu quarto e deixar tudo pronto
Vou me
suicidar antes da meia-noite pra não ter que esperar outro dia
Vou amanhecer
seca, fria e nua
Vou
amortecer meus sentimentos surdos aos meus gritos
Vou despejar
sobre o universo meus pensamentos avassaladores
E vou ser no
caminho daqui sem lá pra onde
Eu
Dói não ser
como queríamos que fosse
Dói o não
controle
Dói como
futuro e passado
Nos prende feito
o peso das bigornas
Esquenta como
areia quente de um deserto
Queima até
as cinzas, mas não desinfeta, não se cura
A vida passa
E algo nos
mostra que o final é ir ou é ir
Existem muitas
opções
Cada um tem
a sua
Cada vida é
muito curta
E eu,
Idealizo isso de pra outro plano partir
insisto
insisto
E fico por
aqui.
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